segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Made


–“Feitos um para o outro”-ele disse ao passar por mim.
Essa frase serpenteava na minha cabeça,eu havia escutado do meu colega de classe quando o professor de história entrou,porque ele disse isso? Não sei ele havia entrado na sala e se sentado ao meu lado como de costume de repente disse isso,estranho não é? Mas vindo do Thomas eu espero tudo.
–Como feitos um para o outro?-eu perguntei,mas ele nada respondeu,ele gesticulou para frente onde um certo professor nos olhava com cara de quem não estava nada bom.
–Senhorita
–Bom professor a URSS e os EUA,eram as principais potências na guerra fria,conhecida por esse nome por que não foi uma guerra de fato.-eu disse timidamente,era estranho mas eu sentia os olhos do Thomas em mim.
–Muito bem senhorita Rúbia,mas da próxima vez não fique conversando com o senhor Thomas,porque se não serão pontos descontados -ele disse e se virou para escrever as anotações no quadro,o senhor Joseph sabia ser chato!
–Vai passar a aula inteira me olhando? Qual é Tom,para de mistério diz o que significa-eu disse baixo para o garoto que fingia estar escrevendo em seu caderno.
–Você saberá Ruby,mas por favor preste atenção na aula,não quero que me seja descontado pontos-ele disse irônico.
–Senhorita Rúbia quer fazer o favor de parar de conversar?-o Senhor Joseph e a sala inteira olhou para mim.-eu corei a abaixei a cabeça.
E passei a aula inteira inquieta,ora batendo os dedos freneticamente na mesa,ora olhando no relógio em minutos e minutos.
Quando o sinal tocou indicando a troca de aulas,eu olhei para o Thomas,ele se levantou e simplesmente saiu andando,me levantei apressadamente,e acabei derrubando algumas das minhas coisas,droga! O Tom escapou!
Estressada com o Thomas eu fui para a minha próxima aula,não via o que estava a acontecer.
Quando soou o ultimo horário eu estava mais aérea que avião,fui pra casa sozinha,não tinha medo de andar pelas ruas,aprendi a me cuidar,meu pais ficavam preocupados,mas eu não queria incomodar ninguém.
–Mãe? Pai? Cheguei!-eu disse gritando quando cheguei em casa,minha mãe respondeu da conzinha e meu pai do escritório,eu subi até ao meu quarto,deixei as minhas coisas sob a cama e fui direto para o banheiro,tomei banho e vesti o meu pijama pois já são 18;30 e eu não iria sair mais de casa,estava lendo um livro na bancada da minha janela calmamente,minha mãe me chamou para jantar deixei o livro ainda aberto sob o banco e desci as escadas animadoramente,embora a peste do Tom não saísse da minha mente.
Bom,eu conheci o Tom na escola,ano passado para ser mais exata,o professor de geografia me fez uma pergunta que eu não havia entendido,e ele respondeu por mim,eu o agradeci e de lá pra cá o Tom vive me atormentando,no bom sentido,ele virou meu amigo,ele me defendia dos idiotas da sala,ele sempre estava ao meu lado.
–Mamãe o que a senhora fez para o jantar?-eu perguntei.
–O que você mas gosta!-ela disse.
–Oh isso é ótimo,pizza caseira!-eu disse realmente eu adorava mesmo.
Jantamos na santa paz,quando terminamos,eu estava satisfeita,estava prestes a subir para o meu quarto quando tocam a campainha,olho pelo olho mágico e não vejo ninguém,abro a porta pra ver se não é alguém.
Eu vejo que estava escrito no muro em frente a minha casa a seguinte frase:
Porque se eu tivesse que salvar alguém...
Eu ainda te salvaria
E se eu tivesse que rezar por alguém
Eu oraria por você
Porque você sabe que nós somos ...-Para Ruby.”
Meu deus quem será que foi o louco?
O meu pai veio até a porta porque eu havia demorado e viu.
–Ruby anda tendo admiradores secretos?-ele disse sarcasticamente.
–Não sei de nada papai-eu disse ainda chocada.
–Meu deus a senhora McCurdy vai matar quem fez isso,e ainda vai achar que você tem a ver Ruby-minha mãe disse alarmada.
–Sara,a Ruby não tem culpa,e depois eu mando que pintem o muro da senhora Mccurdy.-meu pai disse saindo da porta.
Eu ainda estava ali olhando a pichação,meu deus quem foi o louco?
Então voltei ao meu quarto peguei o meu celular havia uma mensagem,eu vi que o numero era da área mas era desconhecido para mim.
“-Gostou da surpresa Ruby? Xx”
Eu fiquei pensando em quem poderia ser,minha cabeça dizia que era o Tom,mas se fosse ele,ele diria a mim,ou não .
“-Não é legal ficar pichando o muro dos outros! Xx” eu disse.
“HAHAHA,mas é claro,olhe agora pra a sua janela” o estranho mandou.
Olhei e lá havia um papelzinho,escrito em letras garrafais:
“Como o brilho do sol e o dia” eu peguei o papelzinho e o guardei em minha cômoda,quando estava pegando o livro para ler,quando menos espero recebo uma ligação o numero também era da área mas não era o mesmo,atendi receosa.
–Alo,quem fala?-perguntei,um sorriso ecoou do outro lado da linha.
–Ruby aqui é o Tyler,queria sair com você,você toparia ir a alguma boate comigo?- meu deus para tudo! O Tyler o segundo (Thomas é o primeiro pra mim) cara mais lindo da escola me chamando pra sair?
–Oh sim... que dia?-perguntei fingindo esta normal.
–Poderíamos ir agora,seus pais deixam?-ele perguntou,eu fiquei imobilizada,mas poxa Ruby é o Tyler,provavelmente vai te achar uma retardada.
–Vou perguntar,e te ligo daqui uns cinco minutos ok?-eu perguntei descendo as escadas.
–Esta bem,estarei esperando sua ligação.-ele disse e nos despedimos.
–Mãe eu posso sair com o Tyler?-eu perguntei,nem morta eu iria pedir ao meu pai.
–Oh sim querida,esteja em casa antes das dez e meia,pode ser?-ela perguntou desviando seu olhar do livro que lia.
–Pode deixar,o papai não se importa?-perguntei.
–Ruby você já tem 17 anos,já sabe o que é melhor pra ti-ela disse,mamãe era sossegada,isso era realmente bom.
–Então esta bem-eu disse subindo as escadas,liguei para o Tyler avisando que eu aceitava, e vesti uma roupa que se adequaria ao momento,fiz uma maquiagem que realçou os meus olhos verdes,e deixei meu longo e cacheado cabelo escuro solto,peguei meu celular e desci as escadas,quando cheguei em baixo dei um beijo na bochecha da minha mãe ela murmurou um “se cuide” e eu sai,esperei ele por alguns minutos,e ele apareceu no seu carro,estava muito bonito,quando entrei no carro ele me deu um beijo na bochecha.
–Você está linda -ele disse,e se ele pudesse ver,veria que eu estava corada.
–Ah hum..Obrigada -eu disse,meu celular começou a vibrar era uma mensagem.
Era o desconhecido mais uma vez “ Mas eu não vou desistir” Bom Se for o Tyler,ele deve ter mandado antes de me buscar pois eu não o vi mandando,mas será que seria ele mesmo?
Eu ignorei,eu e o Tyler conversamos algumas coisas banais,e quando chegamos fomos direto pra a pista de dança, estava tocando uma música que por uns segundos não conheci depois descobri ser Payphone,conversa vai conversa vem,eu senti o Tyler aproximar-se de mim,meu deus,é agora ele vai me beijar! Meu celular começou a tocar como se estivesse desesperado para ser atendido,acabou o clima,eu olhei no visor e vi o numero desconhecido,a chamada ficou perdida.
–Não era você que me mandava às mensagens?-perguntei ao garoto que ainda estava sem entender.
–Mensagens? Hãm? Eu peguei seu numero faz pouco tempo... mas deixa pra lá vem vamos dançar!-ele disse mudando o tom.
–Humm. Tyler eu já vou- eu disse do nada.
–Deixa que eu te levo em casa-ele disse.
–Não,é melhor eu ir só mesmo-eu disse me desvencilhando do seu braço que segurava o meu insistentemente.
–Está bem Ruby,até mais-ele disse e se virou se misturando na mutidao.
Sai da boate lotada com a cabeça baixa para a noite fria e escura de Londres,quando levanto os olhos vejo uma figura conhecida do outro lado da rua,ele segurava uma lata de spray,e estava escrito no muro:
Porque você sabe que somos feitos
Você sabe que somos feitos
Nosso amor não vai desaparecer
Só temos que ser corajosos
Você sabe que somos feitos
Eu corri até o outro lado da rua e pulei em seus braços,a lata de spray caiu no chão,o abracei com todas as forças,era ele! O meu Thomas!
–Oh Ruby!-ele disse ao receber meu impacto-Eu Te amo!-ele disse contra meus cabelos.
–Tom! Como pude ser tão idiota? Estava ali na minha cara-eu disse e ele somente sorria- e voce? Esta virando um completo pichador!-eu disse saindo de seus braços.
–Eu seria tudo que você quisesse-ele disse pegando em minha bochecha.
–Eu te amo!-eu disse.
–Ruby quer namorar comigo?-ele disse mais próximo a mim novamente.
–Oh Sim!-eu disse e ele me deu um beijo doce,um beijo apixonado,um beijo inexplicável.
XXX
E depois daquele dia eu tive a convicção que eu e o Thomas a havíamos sido feitos um para o outro,não haveria explicação para o que sentíamos a não ser isso,mas é o amor,ele pode estar mais próximo a você do que imagina.

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