Pov: Julie
Mais uma briga aqui em casa. Mais uma vez eu e Tom brigamos. Mas desta vez as coisas foram bem piores.
Tom é meu irmão mais velho. Eu e ele moramos juntos, depois da morte dos nossos pais. Tom sempre foi irritante. Sempre brigavamos por coisas idiotas. Só que as coisas vem piorando nesses últimos mesês. Pra falar a verdade eu não me dava bem com meu irmão. Muito menos com os amiguinhos dele.
E amanhã de manhã, Tom e os amigos dele, vão viajar. Tom vai morar na Califórnia, junto com Max, Jay, Siva, e Nathan. Eles resolveram formar uma boyband e vão se mudar por uns tempos para a Califórnia para fazer testes.
E eu como sou burra, magoei ele no ultimo dia em que eles vão passar comigo. Os amigos de Tom... São todos irritantes e sem noção. Vivem me irritando desde que eramos adolescentes. Mas continuando o assunto da briga com meu irmão. Eu e Tom moramos juntos desde que Tom completou a maior idade e ficou como responsavel por mim. Meus pais morreram quanto Tom tinha 14 anos e eu 10.
Naquela noite meus pais sairam de carro. Eu e Tom ficamos sozinhos em casa. Eu fiquei nervosa, começei a chorar sem parar e Tom ligou para meu pai, que atendeu o telefone dirigindo. Nossos pais sofreram o acidente enquanto Tom falava com o nosso pai por telefone.
Desde então eu e Tom brigamos muito. Tom sempre se culpou pela morte de nossos pais. Esse sempre foi o ponto fraco de Tom. E hoje, em meio a briga eu falei mais que divia.
Tom saiu com o carro. Tom não estava bem, não poderia ter saido daquela maneira. Ele estava abalado, mas eu não pude fazer nada para impedi-lo de sair com o carro.
Corri atraz do carro, mas não adiantou muito, pois logo vi o carro de Tom sumir pela rua deserta e escura. Cai na calçada de joelhos. Eu chorava descontroladamente. Gritava o nome do Tom, como se ele pudesse me ouvir ali.
Minha visão estava embaçada por causa das lágrimas. Mas vi um grupo de quatro garotos da calçada vindo em minha direção. Eu chorava muito. Ouvi os passos cada vez mais perto, logo senti alguem me abraçar. Levantei a cabeça e vi que era Max.
Um dos amigos de Tom. Max era irritante, sempre fazia piadinhas sem graça sobre mim. Me surpreendi quando percebi que ele me abraçava, tentando me confortar.
–O que aconteceu? - Ouvi a voz de Nathan ao meu lado. Nathan tambem era amigo de Tom. na verdade todos os quatro garotos ali eram. Eram os melhores amigos de Tom... E nunca o abandonaram por nada...
–O... Tom... E-ele... E-ele pegou o c-carro e... - Tentava falar mas eu chorava muito. Soluçava muito, senti os braços fortes de Max me apertando mais em um abraço achonchegante.
–Mas o que exatamente aconteceu? - Ouvi a voz de Jay.
–Agente... B-brigou e e-ele s-saiu com o c-carro! - Falei ainda soluçando.
–Fica calma, vocês sempre brigam... Ele deve ter saido pra esfriar a cabeça e logo volta! - Ouvi Siva falar enquanto alisava meus cabelos. Balançei a cabeça...
–E-eu... Magoei ele... Eu magoei unico garoto que por mais que brigassemos sempre esteve do meu lado quando eu precisei! - Falei ainda chorando.
–O que você falou? - Perguntou Nathan
–E-eu... E-eu... Na hora da raiva falei que se ele não tivesse ligado para os nossos pais, eles não teriam sofrido o acidente... - Falei e começei a chorar descontroladamente...
–Meu Deus... - Ouvi Max exclamar com voz preocupada.
–O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ??? VOCÊ É LOUCA??? O TOM PASSOU ANOS SE CULPANDO POR ISSO... E QUANDO ELE CONCEGUE ESQUECER UM POUCO ESSA TRÁGÉDIA... OLHA O QUE VOCÊ FEZ.... - Jay começou a berrar comigo. Me fazendo chorar ainda mais.
–Cala a boca, James! - Ouvi Siva repreender - Não tá vendo que ela tambem não esta bem com isso... - Completou.
–Nós vamos atraz dele! - max falou se levantando da calçada e me libertando de seu abraço.
–Eu vou junto! - Exclamei me levantando.
–Não... Você fica! - Max falou com expressão séria.
–Eu VOU junto... - Teimei.
–Não... Você fica ai... Já fez merda de mais por hojê! - Falou Nathan.
–Eu vou... Fui eu que fez isso... E o Tom é meu irmão eu vou...
–Fica quieta ai... Se você ir pode piorar as coisas... nós somos os únicos que podem, trazê-lo para casa... - Falou Siva e os quatro foram em direção ao carro de Max que estava estacionado do outro lado da rua.
Assim que vi o carro sumir do meu campo de visão, me sentei na calçada e começei a chorar, compulsivamente. lembranças das minhas brigas com Tom, das poucas vezes em que sorrimos ou brincamos juntos depois da morte dos nossos pais.
Das poucas vezes que conceguiamos esquecer o passado e viver pelo menos alguns momentos felizes. Das vezes que mesmo estando brigados Tom me defendeu. Das vezes em que durmimos no mesmo quarto, porquê eu estava com medo.
De como o Tom, foi quem mais me deu apoio quando perdemos os nossos pais. De como fui egoista, quando pensei apenas na minha dor, enquanto Tom precisava de mim.
Me lembrei da noite em que nossos pais morreram.
~FlashBack On~
Eu tinha 10 anos, estava sozinha em casa com meu unico irmão, e mais velho. Tom tinha 14 anos, e ficou responsavel de cuidar de mim enquanto nossos pais foram atender uma emergencia em uma cidade vizinha. Meus pais eram médicos.
E muitas vezes eles tinham que sair correndo de casa para atender uma emergencia. E eu e Tom ficavamos em casa. Na maioria das vezes ficavamos na casa de nossa avó. Mas nesse dia minha avó estava viajando, então eu e Tom ficamos sozinhos.
Eu sentia um aperto no peito, desde a hora em que meus pais sairam de casa. Mas o aperto e a sensação ruim estavam piorando. Era como se alguma coisa muito ruim fosse acontecer.
Já passavam das 23;40 e nada de nossos pais chegarem. Começei a chorar deseperadamente, chamando o nome do papai ou da mamãe. Tom estava nervoso tambem, ele fazia de tudo pra que eu parace de chorar, mas era uma sensação tão ruim, um nó na garganta. Eu chorava e chorava.
–Eu quero o papai, Tom! - Choraminguei
–Eles já estão chegando, minha pequena! - Falou Tom, me abraçando
–Mas eles estão demorando muito, Tom. - Falei com voz de choro. Tom suspirou e foi até o telefone
–Vou ligar pra eles e você vai ver que está tudo bem!
Tom resolveu ligar para nossos pais para se certificar se estava tudo bem. Logo papai atendeu o telefone e disse que estavam chegando na cidade. Mas enquanto Tom e papai conversavam foram possiveis se ouvirem gritos e mais gritos, parulhos ensurdecedores de buzinas seguidos de gritos.
~FlashBack Off~
Eu pensei só em mim. Depois da morte dos nossos pais, eu apenas pensei na minha dor. Não liguei se Tom precisava de mim. Se ele estava mal. Apenas pensei na minha dor e deixei a dele de lado. Exigi à atenção apenas pra mim. E esqueci que ele por mais que seja o mais velho, tambem precisava de um ombro amigo.
O Meu ombro amigo.
Depois disso eu e Tom começamos a brigar muito. Logo depois Tom começou a passar mais tempo com seus amigos Max, Jay, Siva e Nathan. As palavras de Siva não saiam da minha cabeça. Ficavam se repetindo e repetindo em minha mente...
Nós somos, nós somos, nós somos, nós somos os únicos que podem trazer-lo, trazê-lo para casa, Nós somos, nós somos, nós somos, nós somos os únicos ...
Muitas vezes eu e Tom, agora adultos, começamos a trazer nossos problemas, no trabalho, na rua, os problemas... Todos os nossos problemas para casa. E começamos a brigar por coisas inuteis. Alem disso ainda tem o James. E a uns três meses se mudou pra nossa casa.
Logo depois de ter uma broga feia com o pai. Dai sim, nós brigamos, todos os dias. Eu, Tom e Jay. Não paramos de discutir um segundo, quando estamos juntos.
Mas por quê não paramos de tantas brigas?
Nós não paramos porque estamos impacientes, A antecipação está bombeando, bombeando, bombeando...
E quando brigo com um dos meninos. Sim, com Tom, ou com Jay, ou com Max, ou com Nathan, e quando brigo com Siva... Quando brigo com algum deles... Cara eu tenho vontade de correr e me esconder mas...
Não há lugar para se esconder...
Eu e os meninos, podemos brigar muito, eles me irritarem muito, eu gosto muito deles. Afinal Tom, Jay, Nathan, Max e Siva são grandes amigos a anos, e eu convivi com eles todos esse anos, e mesmo não adimitindo... Eu adoro eles...
Mas o que eu estou esperando? Diga-me o que você esperando por? O que você está vivendo?
Essas perguntas vinham na minha cabeça a todo momento. Por quê eu ainda estou aqui? eu deveria estar indo atraz do meu irmão... Pedir perdão a ele...
Me levantei da calçada e começei a andar pelas ruas escuras daquela madrugada fria em Londres. O vento frio batia no meu rosto e as lágrimas caiam. Logo o meu celular que estava no meu bolso da calça toca. Vejo que a ligação é de Nathan. Atendo e ele diz que estão voltando pra casa.
Corri de volta pra minha casa, e quando chego na frente dela, vejo os cinco em frente a mesma. Corri até eles, mas precisamente em direção à Tom e o abraço. Por mais que ele não retribua, eu o abraçei com toda a saudade que eu tinha.
E como eu tinha saudades daquele abraço.
–Desculpa Tom, por favor me perdoa. Eu não quiz dizer aquilo, por favor...Estamos trazendo para casa, Todos os nossos problemas. E acabamos brigando por coisas idiotas. Eu amo você, e por favor, não vamos deixar os problemas... Não aqueles deixados para trás. Acabar com a nossa familia. E você é minha única familia Thomas Anthony Parker. -Falei sem soltar o abraço. Tom permenecia intacto. Não falava nada, não retribuia o abraço. Se mantinha parado. -Você não está sozinho.
Depois que falei isso, nos dois acabamos caindo no choro. Tom me abraçou forte e apenas ouviamos nossos próprios soluços.
–Quando eu for embora você vai sentir minha falta?– ele perguntou assim que todos entramos em casa. Assenti e o abraçei.
–E você? sentirá a minha?
–Nós vamos descobrir com o tempo.– ele falou e eu lhe dei um tapa no ombro, riu - Eu te amo minha pequena!
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